A mineração vive um momento de transformação. Se antes a atividade era vista apenas sob a ótica da extração, hoje ela se reposiciona como parte essencial de um futuro mais sustentável, tecnológico e conectado às demandas globais. E é nesse contexto que a inovação se consolida como protagonista.
Durante um importante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), dirigentes e especialistas reforçaram que o setor mineral precisa, mais do que nunca, investir em novas tecnologias e modelos de gestão para se manter competitivo e relevante em um cenário de transição energética e sustentabilidade.
A digitalização dos processos tem sido uma das grandes apostas. Ferramentas como inteligência artificial, drones, sensores inteligentes e sistemas de rastreabilidade estão se tornando aliados indispensáveis para o monitoramento em tempo real das operações e para garantir uma produção mais eficiente e segura. Além disso, a rastreabilidade dos minerais — um tema cada vez mais exigido por mercados internacionais como a União Europeia — fortalece a transparência das cadeias produtivas e ajuda a combater práticas ilegais.
Outro ponto destacado foi o potencial do Brasil como um hub de fornecimento de minerais estratégicos para a transição energética. Com vastas reservas de lítio, nióbio, cobre e terras raras, o país tem uma oportunidade histórica de agregar valor ao que já produz, investir em industrialização local e atrair investimentos internacionais. Mas, para isso, é necessário criar políticas públicas claras, garantir segurança jurídica e estabelecer uma regulamentação ambiental alinhada aos padrões globais.
O IBRAM também apresentou algumas iniciativas fundamentais, como o Green Paper, um documento que reúne diretrizes para o fortalecimento de cadeias verdes no setor mineral. O material propõe medidas para o desenvolvimento sustentável da mineração, combate à ilegalidade e incentivo ao uso de fontes renováveis de energia.
Iniciativas como o pacto pela rastreabilidade na Amazônia também estão ganhando força. A proposta é construir uma base de dados confiável sobre a origem dos minerais extraídos na região, ampliando o acesso a mercados exigentes e promovendo uma exploração mais responsável. Programas de aproximação com a sociedade, como o “Portas Abertas”, também foram citados como formas de reforçar a transparência e a credibilidade das empresas mineradoras.
Ao colocar a inovação no centro da estratégia, a mineração brasileira pode dar um salto de qualidade — não apenas em produtividade, mas também em reputação e valor agregado. Caminhar rumo a um setor mais tecnológico, limpo e eficiente não é mais uma escolha, é uma necessidade. E o momento de agir é agora.
